Foto: montagem

Os ataques dirigidos à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado em 27 de maio, evidenciam a violência a que mulheres são submetidas quando ocupam um espaço de poder. Mas Marina não é um caso isolado. Mulheres parlamentares em todo o país têm denunciado com frequência, esse tipo de violência, que se consolida como uma estratégia de perpetuação do poder masculino e um desrepeito à democracia brasileira.

No Pará, em setembro do ano ado, por exemplo, o Ministério Público Federal pediu o arquivamento do inquérito que apurava ameaças de morte com ofensas racistas, machistas e homofóbicas recebidas por meio eletrônico pela deputada estadual Lívia Duarte (Psol) e pela então vereadora do PT, Bia Caminha. As autoridades policiais afirmaram que não conseguiram identificar a autoria das mensagens criminosas.

“O desfecho do processo atesta a ineficiência do Estado em garantir a segurança de autoridades públicas, especialmente de mulheres negras, expostas à violência política por ocuparem cargos eletivos.”, afirmou o Psol. Já as parlamentares Lívia Duarte e Bia Caminha emitiram uma nota pública destacando que a resposta do MPF foi “tão violenta quanto as ameaças sofridas”.

Outro caso ocorreu nesta semana, em Belém, e foi denunciado pela vereadora Vivi Reis (Psol): “Durante uma reunião com o secretário de saúde e os vereadores, fui mais uma vez alvo de violência política de gênero. O líder do governo na Câmara questionou minha capacidade intelectual e fez insinuações pejorativas sobre mim. A deslegitimação e os ataques a mulheres na política, como se não fôssemos capazes ou preparadas para ocupar esses espaços, não podem ser normalizados. Não é a primeira vez que o líder do governo de Igor Normando (MDB) age com machismo e misoginia”.

A bancada do Psol cobrou do presidente da Câmara, John Wayne (MDB), que existam protocolos e que sejam encaminhadas medidas para coibir atos violentos contra mulheres. Na semana ada, a Câmara de Belém também foi palco de violência contra as vereadoras psolistas Marinor e Vivi, durante um ato de solidariedade ao povo palestino e contra o genocídio.

“A violência política contra mulheres é prática recorrente de políticos de direita! O que aconteceu com Marina Silva aconteceu comigo e Vivi há uma semana. Aconteceu ontem! Ninguém vai nos calar! Nosso lugar é na política, nas lutas e nas ruas!”, declarou a vereadora Marinor Brito (Psol).

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