A consulta pública marcada para esta quinta-feira, 29 de maio. Fotos: Ponto de Pauta
Ponto de Pauta – A consulta pública para escolha da nova reitoria da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), marcada para esta quinta-feira, 29 de maio de 2025, foi suspensa no início da noite por decisão da juíza Maria Carolina Valente do Carmo, da 5ª Vara Federal Cível.
O processo, que definiria a lista tríplice a ser encaminhada ao governo federal, já vinha sendo alvo de críticas e questionamentos por parte da comunidade acadêmica e do Poder Judiciário, devido a alegadas irregularidades e à falta de legitimidade institucional.

Entenda o caso
Inicialmente prevista para o dia 9 de maio, a consulta foi suspensa ainda em março, antes mesmo do início do período de campanha, por decisão da juíza federal Maria Carolina Valente do Carmo. À época, a suspensão ocorreu em razão da ausência de legitimidade do Conselho Universitário (Consun), responsável por conduzir o processo e cujos membros foram nomeados pela reitora licenciada e candidata à reeleição, Herdjania Veras, da Chapa 2.
Após um período de indefinição, um novo calendário foi estabelecido, realocando a consulta para o dia 29 de maio, com apenas uma semana oficial de campanha. No entanto, em 28 de maio, véspera da eleição, nova decisão judicial determinou a suspensão imediata do processo, sob pena de prisão e multa diária de R$ 100 mil, em caso de descumprimento por parte do reitor em exercício, Jaime Viana — candidato a vice na chapa de Herdjania —, e do presidente da comissão eleitoral, Adriano Vitti.
As decisões judiciais foram motivadas por ações propostas por Eldilene Barbosa, candidata da Chapa 1. Segundo ela, as medidas visam “reestabelecer a legalidade na instituição”, criticando a atual gestão por, segundo suas palavras, ter mantido a universidade “à margem da legalidade durante quatro anos”. O processo tramita na Tribunal Regional Federal da 1° região com o número 1007975-54.2025.4.01.3900
Cenário de incerteza
Com a nova suspensão, o processo de escolha da reitoria permanece indefinido, ampliando a possibilidade de que um interventor seja nomeado para ocupar o cargo.
Eldilene lamenta o cenário, mas afirma que continuará lutando pela UFRA. Tatiana Pacheco, candidata pela Chapa 3, refletiu e criticou o momento vivido pela instituição: “A UFRA enfrenta um processo gravíssimo de ataques aos princípios democráticos e aos documentos que regem seus trâmites. Isso nos impede de avançar em debates importantes sobre desenvolvimento científico e tecnológico, que são o verdadeiro papel da universidade”.
Gracialda Ferreira, da Chapa 4, complementou dizendo que lamenta o que aconteceu, mas que espera que agora a UFRA seja ouvida.
Por fim, Herdjania pode ter sua candidatura cancelada judicialmente por não se licenciado do cargo de reitora dentro do prazo legal exigido para participar do processo.