Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) debaterá com movimentos sociais a proposta de extinguir a escala de trabalho 6×1 e avançar na reforma do Imposto de Renda – temas que serão submetidos a um plebiscito popular organizado por essas entidades. Segundo a CNN Brasil, representantes dos grupos serão recebidos no Palácio do Planalto pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.

Entre os participantes do encontro estão lideranças das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de representantes de centrais sindicais, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Na reunião, os movimentos apresentarão ao governo o cronograma do plebiscito, detalhando a metodologia da consulta e as perguntas que serão levadas à população.

A PEC da jornada de trabalho

A proposta de acabar com a escala 6×1 está em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) protocolada em fevereiro pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). O texto prevê a adoção de uma jornada de quatro dias de trabalho e três de descanso, totalizando 36 horas semanais. A PEC aguarda despacho do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), para iniciar tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Embora conte com apoio de parte da base governista, o projeto enfrenta resistência, principalmente entre parlamentares de centro-direita, que defendem que mudanças na jornada sejam negociadas diretamente entre patrões e empregados.

A reforma do Imposto de Renda

Outro tema em discussão será a reforma do IR, atualmente em análise por uma comissão especial da Câmara, instalada em 6 de maio. O colegiado é presidido pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e tem como relator o ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

A proposta prevê:

Isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês;

Alíquota maior para rendas acima de R$ 50 mil mensais.

Considerada uma medida estratégica pelo Planalto para fortalecer a popularidade do governo às vésperas das eleições de 2026, a reforma ainda enfrenta imes. O principal desafio é definir a fonte de compensação para a perda de arrecadação, o que deve acentuar os debates nas próximas semanas.

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