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O ex-prefeito Edmilson Rodrigues questionou a tramitação em tempo recorde do Projeto de Lei votado na Câmara Municipal de Belém no último dia 27 de março, que extinguiu o programa de renda cidadã “Bora Belém“. O programa beneficiava mais de 18 mil famílias — cerca de 80 mil pessoas em situação de extrema pobreza —, sendo 90% dos beneficiários mulheres chefes de família.
“Só há uma explicação: é porque é de interesse do Executivo”, disse Edmilson durante entrevista a um podcast local na noite desta terça-feira (1).
“Qualquer pessoa percebe que o projeto do vereador bolsonarista para acabar com o programa tramitou em tempo recorde, com ajuda da direção da Câmara, e foi aprovado pelos vereadores que apoiam o prefeito Igor Normando (MDB). É óbvio que ele apoia essa maldade, que vai devolver 80 mil pessoas à condição de fome”, afirmou o ex-prefeito.
“O Ígor ainda não se manifestou sobre isso. Ele pode sancionar ou perder prazo e a Câmara, promulga. Mas eu torço para que o Ígor vete esse projeto.”
Bora Belém
O programa “Bora Belém” foi criado em 2021 pelo então prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL). A medida de combate à fome foi anunciada no dia de sua posse, 1º de janeiro. O projeto de lei foi enviado pelo Executivo municipal no dia 4 de janeiro para a Câmara Municipal de Belém (CMB) e aprovado por unanimidade no dia 8. Edmilson sancionou o programa em 11 de janeiro do mesmo ano.
Dados do IBGE, divulgados em dezembro de 2024, mostram que comparando os anos de 2021 e 2023, a pobreza em Belém teve uma redução de 47%; numericamente, caiu de 608 mil para 322 mil pessoas. A proporção de pessoas na linha da pobreza foi de 21,2% em 2023, o menor nível desde 2012.Segundo o estudo, os programas sociais de transferência de renda estão diretamente conectados com os resultados.