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Por Glauco Alexander Lima
A lágrima clara sobre a pele escura do jovem atleta de futebol. “Solidão apavora, tudo demorando em ser tão ruim… “ Demorando. Desde que o primeiro ser humano embarcou escravizado num navio negreiro já são quantos séculos? “DESDE QUE O SAMBA É SAMBA É ASSIM …” diz Caetano Veloso numa das canções mais importantes já feitas no mundo.
Mais um fato? Mais uma das milhares de noticias que nos chegam a cada minuto? A banalização do mal? Vendo as lágrimas de Luighi, como não lembrar de LÁGRIMA DO SUL? a canção de Marco Antônio Guimarães e Milton Nascimento? “Reviver tudo o que sofreu, porto de desesperança e lágrima, dor de solidão…”.
O jovem negro clamando para que o racismo não seja naturalizado, que não vire papel de parede. O clamor para que a aberração não e despercebida. Um grito para que a reclamação pela crueldade de séculos não seja brutalmente chamada de mimimi. Se é mimimi, São mi mi milhões de lágrimas como a de Luighi derramadas em campos de cana de açúcar, de café, de capim para o gado e nos campos de futebol.
A lágrimas de Luighi só confirmam o que o clarividente Joaquim Nabuco falou: -a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil! Do Brasil e das Américas. A lágrima de Luighi ocorreu num jogo de futebol de uma Copa chamada Libertadores da América. Espera-se que os Luighis que choram publicamente a dor por serem atacados em função da cor da pele, seja considerados também libertadores!
Glauco Alexander Lima é publicitário