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O que queria o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo de empresários, políticos, pastores e militares ao tentarem um golpe de estado? A pergunta é necessária diante do pouco entendimento popular da gravidade de movimento. De tanto ouvirem repetir a expressão “golpe de estado”, as pessoas talvez já nem percebem o significado devastador desse ataque.
Nunca é demais lembrar que golpe de Estado acontece quando um governo estabelecido por meios democráticos e constitucionais é derrubado de maneira ilegal, fora das chamadas quatro linhas da Constituição Federal.
Um golpe não acontece necessariamente com o uso da força, apesar de serem comuns na história do Brasil e de outros países da América Latina a ocorrência desses golpes militares.
Um golpe de estado como queria a turma de Bolsonaro, implicaria colocar o poder nas mãos de um ditador e sua família. Na acepção moderna, o ditador é geralmente um líder que detém extraordinário poder pessoal, especialmente o poder de impor leis, sem que exista poderes legislativos ou judiciários independentes.
É comparável ao conceito de tirano. Um governante ilegal e truculento, que coloca vontade dos interesses que representa e sua autoridade totalitária, acima das leis, da justiça e da vontade da maioria.
Era isso que queriam Bolsonaro, os parentes dele e seus comparsas. Todas as provas são contundentes. E mesmo as posturas do ex-presidente desde a campanha eleitoral de 2018 já deixavam claro a furor totalitário do velho político-capitão egresso do Exército Brasileiro.
Graças ao regime republicado democrático que Bolsonaro queria derrubar, o pretenso ditador terá direito a todo processo legal de ampla defesa e não será jogado sem julgamento numa cela cruel, como fazem os ditadores com as pessoas que pensam diferente deles.
Mas o Bolsonaro prepotente queria permanecer no poder na marra. Se achava um ungido por Deus para defender a pátria, a família, a propriedade e a ética. Enquanto achou que o golpe poderia dar certo, Bolsonaro arrotava arrogância e desprezo pelo estado de direito. Agora que tudo foi relevado e está documentado, fica a negar, a tentar desqualificar o processo, tentado se ar por perseguido ou vítima de adversários, como rato pego em flagrante tentando surrupiar o queijo.
Para quem se propunha a ser ditador de uma das maiores nações do mundo, Bolsonaro revela-se um covardão, dissimulado, medroso e até desleal com alguns comparsas. Se fosse corajoso, assumiria que tentou partir para a clandestinidade, rasgar as leis e queria adotar até a luta armada, como revelam alguns dos áudios dos conspiradores capturados pela Polícia Federal.
Mas nosso ex-futuro ditador está cagando nas calças, sabe a merda que fez. Não tem estatura moral e nem valentia para ser ditador nem do condomínio onde mora. Um borra-botas frouxo, que se esconde na ilusória figura de um suposto líder golpista, mas que não a de um poltrão, pusilânime, arruaceiro, explorador de alienados insanos, vândalo das instituições e bagunceiro de um debate elevado entre esquerda e direita para achar soluções para os profundos e complexos problemas de um dos países mais desiguais da Terra.
Luiz Silva é funcionário público
Perfeito. Bolsonaro é um covarde!