Igor Normando e Patrick Tranjan, em reunião sobre educação com representantes do Programa “Educar pra Valer”. Foto: Agência Belém

Por Araceli Lemos

No início desta semana, a pretexto de “discutir estratégias para melhorar a alfabetização da rede municipal”, o prefeito Igor Normando (MDB) e o secretário municipal de Educação, Patrick Tranjan, receberam representantes do programa “Educar pra Valer”, da Associação Bem Comum.

Mais uma ação dos defensores da privatização da educação que nos deixa preocupada e, sobretudo, estarrecida, cenário que não fosse trágico seria cômico.

A “Bem Comum” tem parceira da Fundação Lemann, aquela que já provocou prejuízos irreparáveis não apenas nas escolas por todo o Brasil, mas entre conglomerados privados que gerencia, bastando lembrar da falência fraudulenta das Americanas.

Veja, são empresários almejando desconstruir toda a concepção pedagógica freiriana implementada na nossa gestão, que respeita a diversidade dos territórios e suas realidades. Uma vez que, a partir destas vivências, o ensino-aprendizagem torna-se emancipatório nas comunidades, quer sejam ribeirinhas, periféricas, do campo ou da cidade.

Em vez de receberem lideranças indígenas e quilombolas, representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Educação, os senhores Igor e Patrick, abrem as portas para empresas direcionarem como deve ser conduzida a educação municipal.

A irresponsabilidade e a falta de compromisso dessa gente com a educação de nossas crianças não têm limites.

Quero lembrar, porque não custa, do reconhecimento do Ministério da Educação ao programa “Movimento Alfabetização Belém”, que desenvolvemos na Semec, e que tornou a capital paraense livre do analfabetismo.

Educação não é mercadoria!

Araceli Lemos: Professora e Secretária Municipal de Educação de Belém de 2023 a 2024.

Fonte: Texto publicado originalmente em seu perfil no Instagram

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