Foto: Adriano Patrese Lobato/Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (@citabt)

Terminou sem acordo a reunião da comissão de povos indígenas com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), na noite desta terça-feira (28), sobre a crise na educação pública criada pelo governo depois da imposição da Lei 10280/2024, que trouxe enormes prejuízos à educação paraense, e, particularmente, aos povos originários, quilombolas e ribeirinhos.

Os indígenas foram recebidos com força tática da PM, dezenas de viaturas e cavalaria, e tiveram seus aparelhos de telefone retidos pela segurança governamental para participarem da reunião. Conforme relato, o governador se alterou com os indígenas. “A gente pediu respeito, que ele baixasse a voz. As falas dele estão no sentido de que ele nem quer falar sobre revogação de lei, o negócio dele é educação indígena, a estratégia dele é dividir”, disse um dos indígenas que participou da reunião.

A intransigência do governador Helder Barbalho, primeiro ao aprovar a lei sem debate com a sociedade, e agora, ao se recusar a revogá-la, tende a fortalecer o movimento. Sem avanços em suas reivindicações, a ocupação indígena na sede da Secretaria de Educação continua, e a repercussão vem se ampliando a cada dia, na mídia nacional e internacional.

“Viemos aqui para reforçar para vocês, ele é um homem frio, ele é um homem calculista, mas ele também é gente. Ele perdeu a postura dele por um momento. Deixamos bem claro para ele, se não tiver revogação, não vai ter COP, vai ter aeroporto parado, não vai ter ferrovia funcionando. a gente vai parar o Brasil”, disse a liderança.

Para os indígenas a estratégia do governo é de dividir o movimento, debatendo apenas a educação indígena. Mas isso não resolve o problema, já que precarização e a retirada de incentivo ao trabalho dos professores é um dos problemas ocasionados pela lei.

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