Foto: Amarilis Marisa/Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (@citabt)
A Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, visitou na manhã desta segunda-feira (27), a ocupação dos povos indígenas que ocorre na Secretaria de Educação do Pará (Seduc), desde o dia 14 deste mês, como protesto contra a lei 10.820/24, que precariza a educação indígena, quilombola e ribeirinha, e retira direitos históricos dos profissionais do magistério.
A expectativa das lideranças acampadas, após o encontro, é que a ministra consiga contribuir na mediação do diálogo efetivo com o governo do Estado, que tem se recusado a reunir. Na ocasião, os indígenas voltaram a apresentar a verdadeira pauta de reivindicações do movimento: a imediata revogação da lei 10.820 e a exoneração do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.
Durante sua fala na sede da SEDUC, a ministra destacou que permanece ao lado das causas indígenas, afirmando que “nunca esteve do outro lado”, fazendo referência a algumas críticas que tem recebido diante de suas falas interpretadas como dúbias. Apesar do esforço em manter o diálogo, os líderes indígenas ressaltaram que não estão dispostos a abrir mão de direitos fundamentais e esperam respostas concretas do governo para encerrar a ocupação.
O movimento, que tem resistido às hostilidades e às desinformações propagadas pelo governo do Pará, denunciou também o uso ostensivo do controle governamental sobre os veículos de comunicação para tentar jogar a opinião pública contra os manifestantes. Os indígenas reafirmaram que apenas após a revogação da lei será possível dar início às discussões de forma ampla e sem atropelos de uma lei estadual voltada para a educação indígena.
Enquanto a reunião ocorre em Belém, o movimento se amplia no Pará. Além do bloqueio da BR 163, na altura do município de Belterra, o povo Suruí fechou hoje (27), a BR 153, próximo a São Geraldo do Araguaia, e os indígenas Tuiwara ocuparam a Secretaria Municipal de Educação de Tomé-Açu.
Com informações do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (@citabt)