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O escritor Daniel Munduruku criticou o posicionamento do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), sobre o tratamento beligerante que vem dispensando aos povos indígenas acampados na Secretaria de Educação (Seduc), desde o dia 14 deste mês, exigindo a revogação da lei 10.820/24, que precariza a educação indígena, quilombola e ribeirinha, e retira direitos históricos dos profissionais do magistério, além da demissão do Secretário da pasta.

Em sua publicação nas redes sociais, o ativista afirma que “o que o governador do Pará, Helder Barbalho, está fazendo é uma afronta à Constituição brasileira, uma vez que ele está querendo ressuscitar uma política integracionista que já foi completamente superada, trazendo à tona o seu viés colonialista, típico dos coronéis do poder de tempos atrás, o qual a sua família representa. Isso é retrocesso, é a nova colonização praticada pelos inimigos históricos dos povos indígenas”.

Daniel diz ainda que a educação indígena não é um benefício concedido pelo estado brasileiro aos povos originários. “A educação diferenciada é uma conquista inscrita na Constituição brasileira, é um dever do estado nacional pra com seus filhos mais antigos, justamente por isso ela precisa ser tratada como um tema dos mais relevantes para o estabelecimento da identidade brasileira, do encontro desse mesma sociedade com suas origens encentrais”.

A manifestação de Munduruku ocorre depois de o governo do Estado se negar a dialogar com os acampados, e simular acordos com indígenas não reconhecidos pelos diversos povos que protestam na Secretaria e pelo Pará.

“Não queria crer que um jovem governador fosse tão reacionário, possuidor de uma visão tão alienante e ultraada de política. Penso que se ele não quer ar para história como mais um bandeirante matador dos povos originários, ele precisará se retratar, fazendo logo a revogação da Lei 10.820/2024 e a demissão imediata de Rossiele Soares do cargo que ocupa. Eu sou solidário com a luta dos parentes indígenas do Pará”, conclui ele.

Nascido em Belém (PA), em 1964, Daniel é formado em filosofia e doutor em educação, pela Universidade de São Paulo (USP). É considerado um dos grandes divulgadores da cultura indígena, e autor de mais de 60 livros.

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