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2024 foi um ano realmente surpreendente. Ele foi o ápice da hegemonia do barbalhismo no Pará e no seu fim, já há sinais de que a queda se aproxima.
Os bilhões de investimento do governo Lula para a realização da COP30 em Belém, as obras executadas pelo governo do estado com dinheiro federal, vitórias eleitorais nas eleições municipais que deixam explícitas a força econômica e política do governador em todas as regiões, com destaque especial à vitória em Belém, além das grandes e médias cidades. Esse poderia ser o cenário perfeito para demarcar que a ilusão de que Helder alçará voos maiores se realizaria, mas não se engane: neste final de ano a família imperial está de cabelo em pé vendo seu castelo começar a ruir.
Os bastidores políticos já vinham agitados pela maneira como Helder vem perdendo a capacidade de diálogo e de manter sua coalizão. Cada vez mais dono de si, acumulando desgastes dentro do MDB e em sua sua base de apoio, se utilizando do jargão “comigo ou contra mim”, aos próximos tem ampliado a impressão de que o marketing de “rei do Norte” subiu a cabeça do herdeiro de um império econômico e de comunicação e criou um governador com ímpetos senhoriais, o que é incompatível com uma democracia.
A gota d’água chegou no final de ano com a queda da popularidade e as maiores arranhas na figura do governador nestes seis anos de mandato que o fez, inclusive, bloquear os comentários da sua conta do Instagram pela onda de comentários negativos que acumulam em suas postagens pelas ações desastrosas de 2024, e buscar apoio de figuras que podem lhe emprestar prestígio, incluindo artistas, populações indígenas e formadores de opinião aquinhoados pela proximidade do palácio.
O último episódio se deu na desestruturação da educação que, em votação relâmpago marcada pela violência policial, Helder e seus deputados aprovaram o fim do Estatuto do Magistério e do PCCR, promovendo mudanças profundas na política de promoção da educação especial inclusiva, na educação do campo, na remuneração dos professores e na carreira. A tentativa de acabar com o SOME e trocar os professores nas comunidades rurais por educação a distância mediada por televisão foi outro momento em que o projeto de educação do Helder sofreu grande revés. As escolas chegam ao final do ano caindo aos pedaços de forma que, nem a maquiagem feita no IDEB consegue convencer que a educação do Pará não está abandonada.
Mas o fato de maior impacto foi a tentativa de desmonte, também em votação relâmpago, da comunicação pública, da cultura, dos direitos humanos e dos direitos das mulheres, repetindo a fórmula perversa bolsonarista de controle da comunicação, ataque a cultura e vinculação dos direitos humanos e das mulheres à um único modelo de família. Neste caso, a reação foi tão grande que fez com que o governador retirasse de pauta o projeto enviado às vésperas do recesso parlamentar.
No meio ambiente, ações igualmente controversas se repetiram. Durante o encontro dos presidentes da Pan Amazônia, realizado em Belém, uma liderança indígena foi assassinada sem que, até o momento, nenhuma resposta fosse dada à sociedade. A extinção das políticas de apoio à agricultura familiar, a liberação de carvoeiras e madeireiras, o sucateamento da Emater e a paralisia do órgão de regularização fundiária estadual também são faces marcantes do governo Helder no campo. A permanência da violência no campo, as milícias rurais e as políticas que facilitaram a grilagem de terras e a garimpagem por projetos de lei enviados à Alepa por iniciativa do governo do estado, só mostram a verdadeira face do governador que usa as obras da COP 30 para autopromoção, enquanto constrói rodovias e avenidas em áreas de proteção ambiental e territórios quilombolas, sem diálogo algum com a sociedade e com as comunidades tradicionais diretamente impactadas.
Todas essas evidências vinham acompanhadas de uma relação senhorial estabelecida com a amplíssima base de apoio na Alepa, com a mídia e com o judiciário parauara. No entanto, as últimas reações da sociedade às medidas tomadas de forma imperial pelo governador, em especial à violência destinada aos educadores, os ataques à cultura, à comunicação, aos direitos das mulheres, aos direitos humanos e o ao meio ambiente, abalaram a imagem pública do governador, e fez com que vários descontentamentos viessem à tona.
O novo capítulo é o endividamento do estado, que pode ter sido causado por um suposto uso aberto e desenvergonhado do poder político e econômico nas eleições de 2024, denunciado por diversas coligações no Estado. O governo estadual chega ao final do ano quase sem capacidade de honrar os salários dos servidores ou de cumprir seus compromissos com fornecedores, a ponto de se ter ameaça de paralisação de obras, suspensão de alimentação em hospitais e do fornecimento de combustível para as viaturas da PM, só para ficar nestas três áreas, que são conhecidas por terem empresas muito leais aos ao governador e ao seu grupo político.
É neste cenário que a vice-governadora segue inviabilizada, patinando nas pesquisas. Sem carisma e liderança, fica cada dia mais nítido que ela não conseguirá manter, por vias próprias, a ampla frente que sustentou com muita tranquilidade o governo Helder até aqui. Com a diminuição da popularidade do governador e a dúvida crescente sobre a sua capacidade de transferir votos para alguém com tanta dificuldade de agregar, nos bastidores as lideranças que sustentaram essa coalização já buscam novos acordos políticos para 2026, tendo crescido o desejo de novas lideranças para o governo do estado em 2026 à direita, ao centro e à esquerda.
A Helder, chegando ao final do ano e vendo que a montanha russa já chegou ao seu ápice, resta torcer para que as obras da COP 30 o deem sustentação popular até 2026, e consigam apagar a imagem de traidor que inicia na educação, mas que começa a se espalhar pelo estado, restituindo a sua imagem de bom moço nas redes oficiais. Mesmo que para isso necessite usar de mais dinheiro público para maquiar a sua imagem, e do poder que acumulou nos tribunais para manter em rédia curta seus aliados. Se vai dar certo, veremos.
Redação do Ponto de Pauta
Tudo isso não se compara com a ousadia de colocar a mulher no TCE no cargo de conselheira.
Não vai ter sossego no ano que vem.
A COP dele vai melar. Já vai começar o período com greve por ter tirado conquistas de professores.
Todos seus atos terão ruas fechadas.
Dezembro do ano ado ele fez a mesma coisa com os funcionários públicos dá COSANPA. A Alepa aprovou um projeto de microregionalizacao, que nada mais é que do a Venda Privatização da Cosanpa.
O leilão deve ocorrer no primeiro semestre de 2025.
Agora já sabemos a verdadeira face deste “Governo”.
Em Cachoeira do Arari o Govetno dele dá sustentação ao projeto do Arroz que tem fortes impactos ambientais.
Lula precisa dar mai valor às lideranças como Paulo Rocha, Maria do Carmo Martins que fazer acordos com os Barbalhos, abastecendo os cofres do governo do esta e que sempre traem os trabalhadores.