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Na manhã desta quinta-feira, 19, cerca de mil famílias de agricultores do acampamento “Oziel Alves” do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra- MST, em Canaã dos Carajás, região sudeste do estado, foram despejadas sob forte aparato da Polícia Militar do Pará, e obrigados a sair de uma área em que estavam acampadas desde o dia 6 de dezembro.

Segundo o MST, as famílias realizaram a ocupação da área que pertenceria à prefeitura de Canaã dos Carajás neste dia 6, mesma data em que houve uma reunião entre os dirigentes do MST, representantes dos governos estadual e federal, além da mineradora Vale, onde foi prometida ao movimento a reintegração de áreas públicas para o assentamento definitivo das famílias Sem-Terra.

Entretanto, a área onde foi instalado o acampamento Oziel Alves foi reivindicada por um antigo fazendeiro da região, o Darlan, conhecido por suposta grilagem de terras. Foi então que o juiz Amarildo Mazutti, de Marabá, emitiu a primeira ordem de despejo ao acampamento Oziel Alves.

Mesmo ameaçadas, as famílias de agricultores permaneceram no local e recorreram ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- INCRA, relembrando o acordo firmado em 6 de dezembro na reunião oficial. O órgão federal então prometeu novamente destinar terras públicas para o assentamento dos agricultores, e informou o MST que estaria à frente das negociações.

O movimento chegou a comemorar a decisão, através das redes sociais.

Porém ontem (18), o Oziel Alves foi surpreendido com uma nova ordem de despejo, emitida por Mazzuti.

Ignorando as negociações que envolviam análise técnica dos órgãos competentes, o magistrado conseguiu desta vez o apoio da Vale e ambos cumpriram a segunda ordem de despejo, contando com forte aparato da Polícia Militar do Pará.

Para cumprir ordem de despejo contra o acampamento do MST Oziel Alves, o juiz Amarildo Mazutti de Marabá, contou com forte contingente da Polícia Militar do Pará (créditos: comunicação MST).

Para tentar dar uma solução provisória e pacífica ao conflito, os agricultores do acampamento Oziel Alves decidiram então mover-se à uma área pertencente  à mineradora, a chamada fazenda “Cristalino”. Neste momento, cerca de 1000 famílias organizam-se no novo acampamento provisório, e, segundo o movimento, lá permanecerão “até que o INCRA faça a vistoria das áreas solicitadas pelo movimento na região”.

Com informações de redes sociais e diretório do MST 

Por Ju Abe

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