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Desde que a secretaria de educação do Pará- SEDUC retirou dos pagamentos de seus servidores readaptados o valor referente às aulas suplementares, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará- Sintepp, tem realizado uma série de protestos contra a medida.
Entre estes, há depoimentos de funcionários readaptados que foram surpreendidos com o corte salarial, publicados em vídeos, nas redes sociais, onde eles contam suas histórias.
Um dos relatos é o de uma educadora, que teve seus dedos entortados pelo esforço contínuo de escrita no quadro. “Vocês estão vendo estas mãos aqui? Todas tortas? Estas mãos é de tanto escrever, por uma necessidade do estado, que agora, me deixa de lado, que agora diz que eu não sirvo mais”, diz a professora, em tom de tristeza.
Outro caso é da professora Teresinha Fagundes, readaptada que exerce seu cargo na Escola Acy de Jesus Barros Pereira, em Barcarena.
Segundo o depoimento, a docente possui 70 anos, e, mesmo limitada por comorbidades, continua trabalhando todos os dias, pois assessora a gestão e é responsável pelos projetos de sua escola. A professora também conta que tem filho deficiente que depende dela. “Infelizmente este dinheiro que foi tirado era reservado para comprar medicação pra mim e pro meu filho”, diz.
Há ainda o relato de Maria Lúcia Aurélio de Almeida. Educadora da rede pública do Pará desde 1994, Maria Lúcia deu, em 2012, entrada no seu processo de aposentadoria, que segundo ela, nunca chegou.
Maria Lúcia faz tratamento oncológico, e, por causa desta condição, teria direito à isenção de seu imposto de renda, caso já estivesse usufruindo de sua aposentadoria. Entretanto, como a SEDUC não conclui o seu processo, ela não é contemplada pela lei de isenção de imposto de renda. Diante de tantas adversidades, a docente ainda viu sua renda ser diminuída, desde que a secretaria de educação cortou as aulas suplementares. “Como se não bastasse, agora cortaram as horas suplementares desses anos todos, sem nenhuma justificativa”, diz a educadora.
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Juçara Abe
