Foto: Dinei Souza/Ag. Belém
A Prefeitura de Belém retoma o projeto Via dos Mercadores, da primeira gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, entre os anos de 1997 e 2004, que revitalizou as Ruas Santo Antônio e João Alfredo, no centro comercial, resgatando o charme da Belle Èpoque. O projeto entrou na agenda municipal de obras preparatórias para a COP-30 e irá complementar a reforma integral do complexo do Ver-o-Peso. O prefeito Edmilson Rodrigues anunciou nesta sexta-feira, 10, o início das obras na Santo Antônio para o próximo dia 22 de maio, durante reunião com representantes dos lojistas e dos vendedores ambulantes, na sede da Federação do Comércio do Pará (Fecomércio-Pará).
“Como a Rua Santo Antônio está menos densamente ocupada, vamos iniciar por ela. Significa refazer todo o sistema de drenagem, de pavimentação, recuperando os paralelepípedos, as calçadas de lioz, reorganizando os ambulantes e padronizando as barracas”, disse o prefeito. “Já estamos com a empresa licitada e já podemos iniciar a obra. Marcamos o início para o dia 22”.
O logradouro também será aparelhado com bancos, floreiras e lixeiras, conforme acrescentou o diretor de Obra da Secretaria Municipal de Urbanismo, Francisco Damião.
As Ruas Santo Antônio e João Alfredo somam 760 metros de extensão. A Santo Antônio é o trecho compreendido entre a Avenida Presidente Vargas e a Rua Frutuoso Guimarães; a Rua João Alfredo é a continuidade da via que segue da Frutuoso Guimarães até a Avenida Portugal. Tudo será realizado em diálogo com os lojistas e ambulantes.
Na reunião desta sexta-feira (com lideranças da Comissão de Lojistas de Belém, Fecomércio, Associação Comercial do Pará (A), Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), e Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém (AACCB) e Associação dos Lojistas do Centro de Belém), Edmilson assumiu o compromisso de buscar os recursos necessários para concluir a Via dos Mercadores com a revitalização da João Alfredo e já sinalizou possíveis fontes de investimento.
“A gente espera esse projeto da Via dos Mercadores ser executado há várias gestões”, disse o presidente da Comissão de Lojistas do Centro Comercial de Belém, Mouruan Said. “Independentemente de obras, a gente pediu ao prefeito o reordenamento imediato dos ambulantes no centro comercial”.
“Muito importante que o prefeito esteja sempre ao lado das entidades que representam o segmento do comércio”, afirmou o presidente da Fecomércio-Pará, Sebastião Campos. “Esse evento hoje foi muito importante porque tratamos das ações realizadas no comércio, da preparação para a COP-30. O prefeito tem ido atrás de recursos. Sobre os itens que temos solicitado para ele, que é a revitalização das principais ruas do comércio, chamada Via dos Mercadores, ele deu agora noções para nós”.
“Tivemos hoje a oportunidade dessa reunião junto com os empresários que também têm interesse, principalmente no ordenamento do centro comercial. Tivemos uma reunião bem produtiva”, destacou o presidente da AACCB, Máximo Moreira.
Remanejamento e reordenamento
Mouruan Said e Máximo Moreira pediram a fiscalização permanente de agentes da Secretaria Municipal de Economia (Secon), pois, segundo eles, os fiscais determinam o ordenamento das barracas, mas, quando estes se afastam, os vendedores voltam a ocupar espaços impróprios, além do permitido, bloqueando a travessia de ruas. Outro pedido foi para a fiscalização da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) combater o estacionamento irregular de motocicletas no meio da via.
Até o início da obra na Santo Antônio, o remanejamento das barracas de ambulantes será planejado em conjunto com os trabalhadores, para que a obra inicie de forma segura e sem causar transtornos aos vendedores.
O prefeito assegurou que a comissão que vai tratar do reordenamento e do remanejamento de barracas terá a participação da Associação de Ambulantes, de representantes dos lojistas e também da Secon, Seurb, Semob, Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) e Guarda Municipal.
Pelas fotos não é possível ter uma ideia clara das intervenções a serem feitas.
Um trabalho sério e necessário deveria incluir articulações com os proprietários dos imóveis, que deveriam se comprometer em reconstituir arquitetônica a volumetria de todos os imóveis, com a retirada de painéis e outros elementos que ora descaracterizam esteticamente as fachadas. A PMB estabeleceria as diretrizes para esse trabalho.
Algumas das edificações, devidamente restauradas e requalificadas, poderiam ser transformadas em galerias de lojas, com refrigeração central, banheiros públicos sempre limpos; para alocar os ambulantes que ora ocupam irregularmente e ilegalmente as vias. Cabe lembrar que as vias públicas destinam-se ao usufruto de toda a população, e não apenas de vendedores ambulantes.