Macio Ferreira/ Agência Belém

Os 60 anos de golpe civil-militar de 1964 foi marcado na capital paraense com um amplo debate envolvendo representantes de várias instituições que atuaram para garantir a democracia no Brasil. A Prefeitura de Belém foi uma das convidadas a participar do seminário “60 anos de Golpe Civil Militar de 1964”, realizado pela Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) e da Secretaria de Cultura (Secult).

O evento reuniu personalidades que lutam, até hoje, pela garantia dos direitos humanos e a busca pela verdade em Belém na manhã desta segunda-feira, 01 de abril, no auditório do Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará. Representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), deputado Carlos Bordalo (PT); da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, Fernando Carneiro (PSol); o ex-ministro de Direitos Humanos e ex-membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi; o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, fizeram parte da mesa de abertura da programação.

Para a secretaria adjunta de Igualdade Racial e Direitos Humanos, Edilza Fontes, a memória da ditadura militar precisa ser preservada, para que a busca por reparação aos mortos e sobreviventes desse trauma possa continuar. “É preciso ser criada uma política de memória que valorize os nomes de todos aqueles que lutaram contra esse regime totalitário, assim como fortalecer a resistência a sistemas violentos. É preciso que exista uma cultura de valorização da nossa história de resistência, como a Cabanagem, o Brigue Palhaço e a Guerrilha do Araguaia”.

O prefeito Edmilson Rodrigues comentou que ao longo dos anos do regime militar, o golpe aprofundou mazelas no país, assim como cometeu  assassinatos, tortura e expulsão de centenas de brasileiros que lutavam por democracia. “Toda a intelectualidade brasileira ou morria, ou vivia no exílio, entre eles, Paulo Freira, Milton Santos e tantos outros gênios não podiam pensar. Compromissados com a democracia, com a liberdade, com a ciência, com o conhecimento científico, com o respeito à cultura popular, para esses e muitas outras pessoas virou crime para o regime sanguinário”, enfatizou o prefeito.

Na opinião do prefeito Edmilson, mesmo com o fim da ditadura em 1985 é preciso que muito ainda precisa ser feito, porque essa cultura ainda perdura na sociedade brasileira, um motivo importante para que a data seja lembrada e não se repetir. “A ditadura foi muito sanguinária e muito cruel e continua a ser, porque ainda segue viva e, por isso, não há direito a anistia para quem tenta destruir o estado de direito, para quem rasga a constituição”.

Texto: Márcia Lima, via Agência Belém

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