Nesta semana, a revista Isto É publicou detalhes do relatório da Polícia Federal que demonstra como funcionam as milícias digitais comandadas pelo Palácio do Planalto.
A estrutura tem como objetivo disparar notícias falsas no intuito de desestruturar as instituições democráticas, destruir a imagem de adversários políticos e propagar ideias que mantém a base ideológica sustentadora do eleitorado bolsonarista.
A principal rede social utilizada para a disseminação das notícias falsas segundo o relatório é o Telegram, que deve parar de funcionar no Brasil, caso os representantes do aplicativo mantenham a atitude atual de não atenderem às solicitações de controle partidas das autoridades brasileiras que investigam os disparos.
Comandada pela delegada Denisse Ribeiro , a investigação aponta uma suposta organização criminosa, que tem como principal órgão controlador o chamado “Gabinete do Ódio”, cuja sede situa-se no terceiro andar do Palácio do Planalto, e é comandada principalmente por Carlos Bolsonaro ou “Carluxo”, o filho 03 de Jair Bolsonaro.
O relatório contém 47 páginas e reúne uma quantidade grande de informações sobre as milícias digitais comandadas pelo clã Bolsonaro, dentre as quais a denúncia de uma disseminação de notícias falsas com o objetivo de sabotar as eleições brasileiras.
“O Exmo. Sr Presidente promove desinformação com intuito de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação, questionando os atos dos agentes públicos envolvidos no processo eleitoral”, diz um dos trechos do relatório.
Como já denunciado anteriormente pelo Ponto de Pauta, a descredibilização do processo eleitoral é uma tática importada dos EUA, tendo como um dos articuladores principais Eduardo Bolsonaro, que é um dos coordenadores da Ação Política Conservadora (AC), criada nos EUA com a participação ativa de Steve Bannon, estrategista de Trump e amigo íntimo dos Bolsonaro.
Tal como o ataque à eleição que derrotou Trump em 2021 e incentivou uma multidão a invadir o Capitólio de Washington DC, nos EUA, o clã Bolsonaro tem trabalhado pra descredibilizar o pleito brasileiro, caso venha a ser derrotado em 2022.
Os disparos em massa das mensagens que atacam a democracia brasileira e propagam a ideologia bolsonarista são comandados pelo presidente e operados por Carluxo , via Gabinete do Ódio, diz o relatório da PF.
Eduardo, inclusive, viaja constantemente aos EUA e Emirados Árabes, especialmente Dubai, onde moram os irmãos Nikolai e Pavel Durov, donos do Telegram, a rede social principal dentro do esquema dos disparos em massa de Fake News.
Os bolsonaristas e trumpistas usam prioritariamente o Telegram para promover seus ataques na Internet. Essa mídia social da extrema direita mundial não tem representação no Brasil e deve ser expulsa daqui e proibida de atuar durante as eleições, pois é o principal meio de comunicação das mensagens de ódio de Bolsonaro, assim como de Trump, nos EUA. Os irmãos Pavel moravam na Rússia e ajudaram a eleger Trump no primeiro mandato.
Outros nomes de políticos que teriam participação no esquema são citados na reportagem, como os deputados Hélio Lopes (PSL/RJ), Daniel Silveira (PTB/RJ), Carla Zambelli (PSL/SP), Bia Kicis (PSL/RJ), o empresário e presidente do PTB Otávio Fakhoury, que seria o financiador do esquema, além do presidente do Gabinete de Segurança Institucional General Augusto Heleno. Vários outros assessores da presidência também são apontados pela reportagem da Isto É publicada nesta sexta-feira , 18.
Outra denúncia apontada na reportagem é a da deputada Joice Hasselmman (PSL/SP), antiga aliada e hoje desafeto dos Bolsonaro. Segundo a deputada, há muito mais coisas a serem investigadas, como o “rastro do dinheiro” que precisa ser seguido para que se chegue aos financiadores dos robôs. Hasselmman aponta que só na conta do presidente no Twitter tem um milhão e meio de robôs, cujo financiamento ainda é um mistério.