O Bosque Rodrigues Alves recebeu na manhã desta quarta-feira, 16, um filhote de peixe-boi, resgatado em um vilarejo do município de Muaná, localizado no Arquipélago do Marajó. O animal chegou ao Jardim Zoobotânico da Amazônia debilitado e com o estado de saúde considerado crítico pela equipe técnica do local.
O filhote, resgatado por um pescador da localidade, recebeu o nome de Moana Joroquinha, já que se trata de uma fêmea. Moana foi tratada por veterinários voluntários e uma equipe do projeto Bioma.
A médica veterinária voluntária, Ively Maluna, relatou que o pequeno mamífero foi encontrado em estado crítico de saúde e necessita de cuidados especiais para voltar à natureza.
“O animal está muito debilitado, muito desidratado. Provavelmente, estava à deriva ou preso malhado há bastante tempo, por isso, apresenta um estado bem crítico para a sua espécie. Esses animais nascem com uma condição corporal muito boa e são mantidos pela mãe. Então, tudo indica que está longe da mãe há muito tempo”, disse a veterinária.
Segundo Ively, Moana “também apresenta diversas marcas pelo corpo, dando indícios que a fêmea de peixe-boi pode ter sido vítima de alguma tentativa de caça ou captura, o que pode ter levado o filhote a encalhar”.
Força tarefa para tratar da Moana Joroquinha
Apesar do estado de saúde do animal ser considerado crítico, a esperança de melhora tem tomado conta da equipe que atuou no resgate, principalmente pela experiência que os profissionais têm em relação a resgates da espécie, considerada ameaçada de extinção, na categoria vulnerável.
“A gente já tem diversos animais dessa espécie mantidos em cativeiro, decorrentes de encalhe ou emalhe, de captura acidental e que estão em ótimas condições de saúde. Então, realizando o manejo veterinário, o manejo biomédico clínico correto, o animal tem condições de se estabilizar, ganhar condição corporal para entrar em um programa de reabilitação”, explicou Ively.
Para receber o animal, a equipe técnica do Jardim Zoobotânico iniciou uma força tarefa para tratar do filhote. O espaço preparou um tanque, especial, para receber Moana, que a por exames e é cuidada por biólogos e veterinários do Bosque, além de voluntários.
“A gente tá tentando fazer o possível para salvar o filhote. Não estávamos preparados pra ambientar o animal, mas conseguimos montar um espaço para ele ficar e receber alimentação adequada. Ao longo da quarentena, nossa equipe vai fazer o possível para salvá-lo. Temos esperança que ele se recupere. É um filhote de um mês de idade, muito novinho, e precisamos ter o máximo de cuidado com ele”, destacou a veterinária do Bosque, Juliana Bitencourt.
A operação tem como prioridade o cuidado com o animal, para que ele tenha a saúde restabelecida, o que exige cuidados para que a ação seja realizada de acordo com os trâmites da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), para legalizar a situação do animal.
“Como foi uma emergência, resolvemos fazer uma operação de urgência para salvar o animal. A gente sabe que existem questões legais para mantê-lo no Bosque, então vamos sentar e verificar com a Semas, que é a responsável pela legalização de todo tipo de fauna silvestre no estado do Pará”, disse o diretor do Departamento de Gestão de Áreas Especiais (DGAE) da Semma.
Ele informou que o peixe-boi não ficará disposto para visitação pública e permanecerá no Bosque apenas para a sua recuperação, ou seja, o espaço está sendo usado como mantenedor provisório. A ideia é soltá-lo na natureza quando estiver totalmente recuperado. Para isso, será solicitado à Semas apoio técnico para ajudar o Bosque a salvar a vida da Moana.
Fonte: Agência Belém