


Por Ju Abe
Belém entra pra lista das diversas cidades que foram às ruas protestar contra o assassinato de Moisë Kabagambe, congolês espancado até a morte por vários homens no quiosque de praia “Tropicália”, em 24 de janeiro, na cidade do Rio de Janeiro.
A manifestação, que começou na Praça da República e terminou seu translado na praça do Relógio, reuniu movimentos sociais, movimentos negros e juventude, além de políticos de esquerda. “Queremos justiça por Moïse Kabagambe já”, “Não seremos estatística” , “juntos contra o racismo e xenofobia” , eram alguns dos dizeres erguidos nos cartazes.
Alguns manifestantes também relembraram outro assassinato que ocorreu nesta semana: Durval Teófilo, que morreu com tiros disparados pelo seu vizinho, o Sargento Aurélio Alves Bezerra, que disse na delegacia que o tinha confundido com um assaltante. O crime também aconteceu no Rio de Janeiro, cidade que tem mais escancarado o racismo estrutural. Em fotos encontradas nas redes sociais do assassino, vê-se que o Sargento racista é (para surpresa de “zero pessoas”) apoiador de Jair Bolsonaro.
Crime brutal
O assassinato foi filmado através de câmeras de segurança da orla do Rio, onde percebem-se vários homens espancando Moïse, mesmo depois de ele já parecer desacordado. O vídeo viralizou nas redes sociais e chocou a comunidade mundial, provocando manifestações de protesto em pelo menos vinte cidades brasileiras, além de cidades no exterior como Londres, Berlin e Nova York , segundo informou a CNN Brasil.
Reação
A prefeitura do Rio determinou que os quiosques Biruta e Tropicália sejam transformados em memorial à cultura congolesa e africana. Nas fachadas, vai ser colocada a foto de Moïse Kabagambe.
Veja abaixo algumas das falas de personalidades do Pará e outros estados que se fizeram presentes no ato:
“Sigamos em luta sem sossego até que seja feita a justiça para Moisë“
Deputada Federal Vivi (PSOL-Pará)
“Não estamos parados e a gente vai continuar denunciando e lutando por justiça“
Vereadora Enfermeira Nazaré (PSOL-Belém)
“A gente tá aqui na rua revoltado, mas esperançoso. Porque nós estamos aqui resistindo”
Vereador Fernando Carneiro (PSOL-Belém)
“Nós estamos falando de genocídio , e esse genocídio tem cor”
Vereadora Lívia Duarte (PSOL-Belém)
“Estou aqui para me solidarizar com os companheiros e companheiras que estão lutando contra esse racismo estrutural que ao longo do tempo vem matando pessoas pretas” Professora Socorro Botelho do Instituto Federal do Maranhão e Secretária Executiva do Núcleo de Estudos Afro- Brasileiros e Indígenas (MA)